quarta-feira, 10 de abril de 2013

Rubem Alves e minha imediatês


Esse vídeo aí em cima é um documentário sobre o indefinível Rubem Alves. Por que indefinível? porque ele é escritor, educador, poeta, teólogo, e pra mim uma tão plural como ele não merece receber um rótulo, nem vários.

Emotiva que sou por natureza, ao iniciar o vídeo e ouví-lo falando do mal de Parkinson os meus olhos já marejaram pois foi impossível não lembrar do meu vô Quincas. E no decorrer dos 45 minutos do vídeo chorei e me emocionei umas outras tantas vezes, muitas vezes com um sorriso no rosto.

E daí que depois de tanto tempo tentando não ser tão imediatista, me dou conta que evitando isso tenho deixado passar a oportunidade de escrever e postar coisas que, mesmo não lidas, me fazem bem. Por isso não vou me alongar mais no texto, a experiência do filme é única e singular...

p.s.: foi vendo esse vídeo que me dei conta da minha obcessão por pássaros/penas/liberdade.

terça-feira, 26 de março de 2013

Passando dos limites

É sempre assim. Sem eira, nem beira, sem ter, nem pra quê.
Eu começo achando que vou saber quando parar, mas sempre vou adiante.
E quando chego mais à frente percebo que avancei demais, e ao invés de recuar penso "pera, não, só mais um passo não vai fazer tanta diferença assim".
Daí chego perto demais. Peso na mão e erro a medida. Afinal, qual a medida correta?
Até onde deve-se ir? Por amor se vai mais longe? E por raiva, também num se vai?
Não seriam esses, lados opostos da mesma moeda?
Vovó dizia que "tudo demais, é demasia".
Só que eu nunca fui boa em comedimento. Parece que ir além dá um frio na barriga que é muito tentador.
E por saber que a falta de limite foi minha, vem uma sensação de vergonha. De enrubescimento.
Mas por que danado eu tinha que escrever aquela carta?
Por que dei aquele telefonema?
Custava nada ficar calada quando aquela pergunta, claramente retórica, foi feita.
Só que custa. Custa minha imaginação.
Custa eu não ficar queimando as pestanas, de ideias ou de lágrimas, pensando no que ouviria ou leria em resposta.
E isso, pra mim, é demais. É demasia.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Pela segunda vez

A primeira viagem que fiz pra fora do Brasil eu tinha cer-te-za que ia conseguir manter um diário de viagem aqui e num caderno que eu tava levando. Mas a quem eu tava querendo enganar né? Aqui num saiu nenhum post durante a viagem e o caderno eu não terminei até hoje...
Daí como eu num aprendo com o primeiro erro nunca, cá estou eu dizendo novamente a mim mesma que vou tentar manter os dois diários na próxima viagem.

Ela tá marcada pro dia 10 de maio. Meu destino inicial é Frankfurt, onde devo passar uma semana com uma amiga (Anoosh) e depois eu sigo pra Belgern, ainda na Alemanha devo passar um tempo em Hamburgo também (com Timo, creio eu). Ainda no roteiro tenho: Bruxelas, Bergen, Laussane e Gabrovo. Tenho outras pretensões como Áustria, Suécia, Finlândia, França, Espanha, Portugal, algumas cidades específicas em cada país para visitar amigos, mas não sei se será po$$ível...

Essa viagem ainda me parece pretenciosa de mais, só que como eu num costumo ser muito de meter as caras em algo que parece pouco possível e fazer, dessa vez eu resolvi arriscar.

E eu já comecei a imprimir os mapas que usarei no caderno de viagens ;)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Da saudade


Daí que a estadia do Libertalia aqui em Recife chegou ao fim. E eu sei que nem passei tanto tempo assim com eles, mas todos os momentos foram ótimos e me deixaram cheia de boas recordações. Além da vontade de ir embora com eles...



Sempre vou lembrar do jeito introspectivo de Phil, de cara séria, mas que quando sorria iluminava tudo (obrigada pelo empréstimo do shorts). Kyle foi o primeiro americano com mais aptidão pra ser brasileiro que eu conheci. O tamanho do coração de Timo eu descobri quando vi o corte de cabelo que ele deixou Johannes fazer nele (mas piercing no mamilo aí já era demais). Johannes pode ser o que quiser na vida, inclusive uma galinha. Aliás, ele disputa com Alice quem é a melhor galinha do Libertalia, mas Alice e Cecilie disputam um troféu insanidade então não sei como isso fica. Arne, como bem falou Alice, é tão legal, mas tão legal que até da medo que um dia ele surte e mate todos dentro do barco. Niklas é todo animação, acho que pela primeira vez ele veio pra Recife pra não ver Recife.

Aos churrascos (de peixe e carne), às batidas (de cachaça com banana, manga, abacaxi, maracujá e leite condensado. às vezes tudo junto, outras vezes não), à dormida na rede, às cervejas não muito geladas, à TIM (que levou mais de uma semana pra funcionar), ao mix de línguas (brasileiro + alemão + norueguês + inglês + sueco), ao balanço do barco e ao vendo salgado, ao vinagrete com abacaxi e manga e ao arroz japonês com ovo, à tapioca com queijo e doce de leite (e por cada um ter feito sua própria tapioca depois), ao frio na barriga que dava pra subir e descer do barco, aos sapatos e bolsas segurados para que eu pudesse entrar e sair do barco, à maresia nos vidros do carro, à trilha sonora mais eclética que o Recife já ouviu.



E o desejo de um dia poder reencontrar cada um deles, após as jornadas que nos aguardam.

p.s: Timo eu devo encontrar em Hamburgo, lá pelo fim de maio começo de junho.

p.s 2: Alice e Cecilie devo rever, junto com Timo, quando eu estiver por Hamburgo.

p.s 3: Phil, Kyle, Niklas, Alice e Cecilie seguem no Libertalia até Belém - PA.

p.s 4: Johannes e Arne seguem de bike (drá!) até Belém - PA.

p.s 5: nem chorei ó!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O que temos pra hoje


Hoje eu queria almoçar no Dalí, bem acompanhada, sem ter horário pra voltar pro trabalho. Até já sei o que eu pediria: dados de filé ao vinho com nhoque ao molho de gorgonzola e de sobremesa cartola Dalí. As opções de companhia são várias, podia ser Henrique e Cata que faz tempo que não vejo, podia ser Duda que está de férias (mais do que merecidas) até março, podia ser mainha que quase nunca sai de casa, podia ser Bel porque é sempre bom comer com ela, podia ser alguém que nunca tenha ido lá (acho que Sol nunca foi...), podia ser alguém que eu num quero dizer o nome.

Depois eu iria para casa, ver 4 episódios de Fringe na sequência, e assim que terminasse iria na avenida andar de bicicleta e tomar uma água de coco. Só que eu ainda queria ir no barco de Phil conversar potoca com os gringos e receber maresia na cara. Em seguida, bem que eu poderia encontrar o "paquerinha" pra ficar de dengo um pouco, e quem sabe dormir junto. Daí amanhã, quando eu acordasse talvez eu não tivesse que escrever um post só com coisas que eu queria, mas não posso/vou, fazer.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Do diferente

Não sei quantas vezes vieram me dizer que eu não gosto de nada que é normal, convencional, que eu só gosto do que é diferente. Mas ao mesmo tempo isso cauda na maioria das pessoas a sensação de que pra mim tudo é normal, que eu não acho nada estranho e aceito tudo com naturalidade.


Veja bem, eu posso aceitar a maioria das coisas socialmente tidas como diferente com mais naturalidade, mas isso não significa de forma alguma que eu não estranhe nada.


Mas de verdade, às vezes é muito complicado gostar, apreciar, se encantar com o diferente. Existe sempre a necessidade de se justificar, e num tem coisa que eu ache mais complicado do que explicar gosto. Eu gosto do diferente, você do que é convencional, como vou justificar isso? gosto é gosto, num se explica. A questão é que eu consigo, na minha cabeça, explicar plauzívelmente porque você gosta do convencional e eu não, mas é uma coisa tão pessoal que duvido muito que pra você faça algum sentido.

Por isso acredito que a sociedade viverá muito melhor quando as pessoas: 1- começarem a olhar pro diferente como mais uma possibilidade dentre as várias existentes; 2- pararem de criticar as outras que questionam o tradicional; 3- pararem de se incomodar com o que não é convencional, principalmente quando isso não te diz respeito nem te afeta/prejudica de alguma maneira.


Então pare de criticar o diferente e reflitam por alguns minutos se você está de fato satisfeito com todas as convenções sociais ou se você apenas tem preguiça de remar contra a maré.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Nem doida eu faço isso!


Foi assim que eu terminei uma conversa com um ex-namorado. Ele queria, depois do fim do relacionamento e quando eu ainda gostava dele, sugerir com quem eu não poderia ficar.
Só que ele cometeu um erro nesse dia. Ele chamou minha atenção pra uma pessoa que, até então, eu nunca tinha olhado com "outros olhos". Mas vamos ao diálogo:

- Fulano tá dando em cima de você!
- Como é menino?
- É isso mesmo! aquele puto tá dando em cima de você e você tá retribuindo!
(é, isso mesmo, nesse nível de insanidade...)
- Como eu vou estar retribuindo se eu nem percebi que ele tá dando em cima? E ainda acho que ele não está...


- Eu sou homem sei que está, tá sim!
- Véi, eu quero nada com ele não (daí minha cabeça já começa a trazer mais recordações da pessoa pra eu poder fundamentar o porquê não quero nada com o cara)...
- Mas ele quer!


- Querer mesmo eu quero ficar com você, mas você terminou o namoro, tá lembrado?
- Você nunca vai ficar com ele, promete?
- É o quê menino? 
- Vá, prometa! ou você quer ficar com ele?
- Rapaz, só se eu dia eu ficar bêbada, ou doida, sei lá...
- TÁ VENDO! VOCÊ JÁ ESTÁ ABRINDO UMA POSSIBILIDADE...

Bom, num vou continuar o diálogo porque continua nesse nível de loucura e acusação até eu começar a chorar, e blá.

"hum, ele tá dando em cima de mim é...?"
Tudo isso foi pra refletir sobre como as pessoas às vezes, com a intenção oposta, acaba atraindo nossos olhares para coisas que não teríamos visto, ou teríamos mas não daríamos tanta importância. Já que do dia que tive essa conversa agradabilíssima, minha relação com a pessoa que supostamente dava em cima de mim só se estreitou. De lá pra cá percebi mais coisas em comum com a pessoa e passei a imaginar "e se...". E se ele estivesse dando em cima de mim? E se eu acabasse ficando com ele? E se... e por aí vai.
O fato é, hoje eu olho pra pessoa e fantasio, e 50% da culpa é da pessoa do diálogo que chamou atenção pra figura. E a última coisa que eu acho que o ex-namorado queria era que eu... e se não? e se a intenção fosse apontar a outra pessoa mesmo, sei lá né? Ou ele usou psicologia reversa sem saber. Enfim, pelo menos isso posso agradecer: me aproximei de uma pessoa ótima e ganhei uma pessoa a mais pra fantasiar ;)