segunda-feira, 22 de junho de 2009

Uma perda...

Eu nunca fui crítica a forma como algumas pessoas se relacionam com seus bichinhos de estimação, não que seja adepta de festas de aniversário e roupas, etc. Para mim o animal não deve ser humanizado, nós é que por instinto nos apegamos a ele de uma forma afetiva. Enfim, nem é bem sobre isso que quero escrever...
Quero escrever sobre o falecimento de Kim. Kim é um cachorro? Sim. Um poodle toy champanhe que minha tia adquiriu filhotinho, pois ela nunca quis ter filho e depois ela precisou retirar o útero o que a impedia concretamente de tê-lo se quisesse. O fato é que Kim, apelido de Quincas, conviveu conosco por quase 15 anos. E conviver não é eufemismo. Ele participou de todos os eventos familiares, festas, viagens... a única viagem que ele não fez com sua mãe foi para Bariloche, nesse período foi meu hóspede por 15 dias. Quando ele foi liberado pela veterinária para viajar ele foi para Monteiro conhecer nossos avós, tem foto de Kim ao lado de vovô já bem velhinho, vovó conviveu mais com ele, até porque depois do falecimento de vovô quando ela vinha para Recife ficava na casa da minha tia, mãe de Kim.
Acompanhamos as tosas dele, as aventuras amorosas, os herdeiros, a secreção ocular que mês a mês ia deixando os pelos próximos aos olhos marrons como se fossem olheiras, sua "namorada" fixa que era um pano com o qual ele se relacionou por anos a fio, enfim, vivemos e convivemos com ele e contávamos com ele em tudo que dizia respeito à nossa família.
Claro que ninguém espera que Kim se formasse, trabalhasse, casasse... mas podímos contar com a companhia dele e se fosse acompanahda dum cafuné, aí que ele não nos deixava mais em paz!
Mas ele começou a envelhecer, igualzinho à gente! Começou a ficar cheio de não-me-toques, problema cardíaco, dificuldade em se alimentar, e daí Kim começou a passar o dia tomando soro porque tava fraquinho, até que ficou fraquinho demais até pra isso...
Hoje Kim deixou um vazio na casa da minha tia, que mesmo que ela venha a optar em adquirir um novo cachorro, não suprirá o espaço deixado por Kim. O novo cachorro não vai ter conhecido meus avós, não vai ter viajado para Monteiro, não vai ter passado o histórico que Kim tinha com a gente, poderá construir uma nova história, mas nunca será Kim.
Precisamos parar de achar que o ser humano precisa ser mais amado que os bichos. Digo isso porque muitas pessoas falavam: Ah, porque tua tia não adotou uma criança? Depois da chegada de Kim ela passou a ter um filho, não precisava ser humano. Para muitas pessoas o bicho de estimação é o companheiro mais fiel, o filho devoto, e mantêm uma relação que se assemelha com a de pai e filho. As espectativas são diferentes, claro, assim como são diferentes as espectativas de cada pai para seu filho.

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