domingo, 4 de julho de 2010

Terceira mudança e o esvaziamento da casa...

(okey pessoal, eu sou muito esquecida/distraída. Mas vamos lá...)

Minha vó Maria faleceu. Senhorinha teimosa, carola, cozinheira de mão cheia. Criou os 9 filhos sem ter um pingo de paciência, e depois ouvindo eles contarem das suas respostas mal-criadas dizia “e eu disse isso foi? Num lembro não...” e ria. Tinha um riso contido, envergonhado, quando ria largamente eu tinha vontade de rir também porque dava pra notar o ser prazer. Tínhamos um acordo com vovó Maria quando éramos pequenos: aquele que tivesse coragem de segurar a tigela que ampara o sangue da galinha (para fazê-la à cabidela) ganhava o coração. E isso causava a maior disputa, começava com “zerinho ou um” e terminava no derradeiro “par ou ímpar”. Pena que só fomos descobrir que a moela era mais saborosa que o coração quando já estávamos velhos demais para disputá-la...

E somente agora pude olhar para a casa vazia de fato. E são os detalhes que entregam o abandono: a ausência de plantas no jardim e no quintal, árvores podadas demais por um vizinha invejosa, cupim nos portais de quase todos os cômodos, descarga quebrada, gambiarra no chuveiro... e por falar em chuveiro preciso abrir um parênteses sobre esse objeto em especial.

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