terça-feira, 20 de outubro de 2009

Satisfação

Acho que um dos melhores exercícios do mundo é a pessoa reler o que escreveu. E a primeira vez que fiz uma leitura mais crítica dos meus escritos foi aos 15 anos, quando ganhei de minha avó paterna um diário novinho em folha e resolvi reler meus diários de quando tinha entre 8-14 anos. Não me decepcionei com nada que estava escrito naqueles caderninhos fininhos com desenhos de menininha, mas achei interessante perceber como minhas preocupações, medos, amores e ódios (palavra muito forte segundo minha mãe) mudaram ao longo dos anos. Daí em 2001, quando estava com 18 anos, me mudei do apartamento/edifício/bairro/cidade onde morei por 12 anos, e ao desencaixotar os dicionários resolvi reler, again!
A sensação foi a mesma... e acho que posso dizer que meu auto-conhecimento se deve muito a essas leituras (a terapia que fiz por alguns meses ajudaram um pouco também). Me considero imatura no que diz respeito a romance/amores/paixões... acho que sou romântica mesmo, só num deixo isso tomar conta de mim por completo, gosto de me conter, só espero com isso não morrer de infarto ou câncer.
Daí quando releio posts como o que escrevi antes desse penso que me deixo ser afetada pelas pessoas muito facilmente. Aliás nem preciso reler o post, basta lembrar que quando vejo um senhor idoso tentando atravessar a rua sem sucesso tenho vontade de chorar, parar o trânsito, para que ele passe. Da mesma forma seria capaz de dar uma surra em um velho pervertido que tare uma criança. Não é comigo, nem com ninguém da minha família, as vezes nem conhecido é... mas me afeta, me incomoda e me indigna.
Não quero servir de modelo pra ninguém mas posso dizer que apesar do sofrimento e da angústia, sou bem feliz assim e não gostaria de endurecer. Amo as pessoas, cheias de defeitos e qualidades, desde que os defeitos delas não interfiram nas outras pessoas, podem até interferir em mim, mas nos outros não, por favor.
Acho a capacidade de amar, que remete a cuidado para mim, algo que nos acrescenta enquanto indivíduo inserido numa sociedade... ahhh eu gosto de loiros, ahhh eu gosto de surfistas, ahhh eu gosto de quem gsota de matemática... que tédio isso! Eu gosto de gostar de pessoas diferentes: gosto de surfistas, de quem gosta de física, de administradores e de historiadores, gosto de poetas e de cronistas, gosto de quem faz música e de quem não entende patavinas (como eu)... gosto do ser humano que goste de mim do jeito que sou e que quando me critique busque o crescimento junto comigo, e não me veja como alguém que precisa melhorar para merecer sua companhia, que não se acha mais sabido porque é 20-30 anos mais velho do que eu, nem que pense que eu o subestimo porque é mais novo do que eu.
Posso afirmar: Estou satisfeita com a pessoas que sou. O que não signifique que em algumas coisas eu não possa melhorar ou mesmo mudar... vai saber qual será minha sensção ao reler meus diários...

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